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  • Foto do escritorIvaris Júnior

Pecuária brasileira perde Ovídio Carlos de Brito

Líder do Grupo OB foi um dos grandes impulsionadores do Nelore no Brasil.


A pecuária brasileira perdeu, na tarde de 10 de maio, um dos seus nomes mais marcantes. Ovídio Carlos de Brito liderava o Grupo OB, instituição com mais de 70 anos de jornada. Foi um dos grandes impulsionadores do Nelore, variedade mocha, inclusive cedendo seu rebanho para inúmeras pesquisas inovadoras, como a genômica, por exemplo.


Para quem teve a luz de conhecê-lo, provou de sua sabedoria, contemplou tranquilidade e pode colher ensinamentos muito distintos, capazes de marcar as pessoas de sua convivência. Ovídio era um ser humano disposto ao trabalho, focado e que estava sempre olhando mais na frente. Com sua chegada, nenhum ambiente permanecia mais o mesmo, como agora, na sua ausência, ficará um vazio.


Em depoimento, Cláudio Ulhôa Magnabosco, pesquisador da Embrapa Cerrados e da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), destacou:


“Tive o privilégio de conviver por mais de 30 anos com Ovídio Carlos e toda a família Brito. Buscando sempre inovar e estar à frente de seu tempo, Ovídio Carlos de Brito, titular da Marca OB, sempre apoiou e investiu em pesquisas que contribuíram muito para a pecuária nacional.


Para citar apenas alguns exemplos, ele foi pioneiro nas coletas de informações por ultrassonografia para a qualidade da carcaça, viabilizando assim a confecção das primeiras DEPs pela ANCP.


Além disso, contribuiu para a avaliação da qualidade da carne em bovinos Nelore e Brahman, realizando estudos pioneiros sobre a maciez da carne em colaboração com a Embrapa Cerrados, Universidade da Califórnia e ANCP, relacionando-a às linhagens da raça Nelore.


Também realizou pesquisas sobre o caráter Mocho em bovinos Nelore, em colaboração com a ANCP, além de desenvolver métodos para estimar o peso ao nascer por meio de fitas de medida direta, entre outras inúmeras inovações”.


Na militância pela pecuária seletiva, presidiu a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), onde deixou vários programas de fomento. Entre eles, encontra-se papel decisivo no lançamento da “Revista Nelore”, publicação com mais de 30 anos de veiculação.


Em nota, o Grupo OB registrou:


“A todos aqueles que tiveram oportunidade única e abençoada de conviver com sr. Ovídio ao longo de sua trajetória, que fique como legado o seu entusiasmo e dedicação para o desenvolvimento da pecuária nacional, através do seu olhar diferenciado, das sábias palavras, da humildade e perseverança de sempre buscar conhecimento e excelência na sua atividade e sua convicção de que, sempre juntos, somos mais fortes”.


Juliana Brito Fernandes, a neta, manifestou seu carinho na missa de sétimo dia do avô:


“Bom dia a todos.

Primeiramente eu gostaria de agradecer em nome de minha família a presença de cada um de vocês. Ver esta igreja cheia, e saber o tanto que meu avô, Ovídio Carlos, era querido por tantos conforta nossos corações de que ele cumpriu seu papel da melhor maneira possível na terra.


Todos aqui presentes conhecem Ovídio Carlos como o homem maravilhoso que era, todos sabem de sua bondade para todos os próximos, como era um homem sábio e esforçado. Mas hoje eu gostaria de falar um pouco sobre Ovídio Carlos como um avô, como o meu avô.


Ele era o avô mais carinhoso e atencioso que eu poderia pedir a Deus, nós nos tratávamos de igual para igual, ahh como vou sentir saudades das nossas conversas dos temas mais diversos, iam de política a natureza de nosso mundo. A nossa cumplicidade era tanta que amávamos sair apenas eu e ele, nós íamos no shopping, comíamos, algo que ele amava fazer.


Meu avô, foi mais que um avô, ele foi o meu maior professor de vida, ele me ensinou quanto ela é bela e que devemos fazer de tudo para ajudar aqueles ao nosso redor.

Hoje me parte o coração a sua ausência, mas agradeço todo dia pela oportunidade de ter convivido tanto com um ser humano exemplo, e que sorte a minha de tê-lo como meu avô.


Agora eu dirijo minhas próximas palavras a ele, Ovídio Carlos de Brito, vovô eu te amo e espero que o senhor saiba de sua importância em minha vida e na vida de todos aqui presente, você cumpriu o seu papel e agora pode ter seu merecido descanso.


Por último gostaria de ler uma oração que faz muito sentido neste momento. Uma oração de Santo Agostinho!


‘A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Me deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho…

Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi’.”

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