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  • Renata Erler

A China volta as compras. O que muda para o pecuarista?



Com a comprovação de mais um caso atípico de EEB, finalmente o embargo chinês cai e voltamos as exportações, e mais do que isso, teremos mais seis plantas frigoríficas habilitadas, JBS de Vilhena-RO, Frigon de Jaru-RO, Astra de Crizeiro D’Oeste-PR, Redentor de Guarantã do Norte-MT, BRF de Marau-RS e o capixaba Frisa de Colatina-ES.


As plantas já abriram as compras e o ágio China varia de R$ 30,00 a R$ 40,00 a mais por arroba em relação ao preço do mercado interno, mas o chinês não aceita qualquer animal, e há exigências a serem atendidas.


Para aproveitar essa oportunidade o pecuarista precisa preparar os animais a fim de atender o protocolo chinês, que tem como exigência principal a idade, que é avaliada a partir da dentição, sendo o limite 4 dentes permanentes, que para raças zebuínas corresponde a idade de 36 meses, e para taurinos 30 meses. Além disso, o peso mínimo para machos é de 16 arrobas, e para fêmeas 12 arrobas, onde não é exigido acabamento de gordura para os machos, mas as fêmeas precisam ter cobertura de gordura.


É preciso também levar em consideração que caso algum animal do lote teste positivo para tuberculose, todo o lote é desclassificado, onde o animal positivo é descartado e o restante do lote segue para o mercado interno. A ocorrência de tuberculose em bovinos é muito baixa, mas é preciso ter conhecimento das consequências e saber que os animais provenientes de fazendas leiteiras são mais propensos a doença.


Outra mudança importante, é que uma vez habilitado, o frigorífico deixa de abater animais mais velhos, como por exemplo vacas de descarte, touros descarte, animais acima de 36 meses, ou seja, esses devem ser absorvidos por outras plantas, que terão oportunidade de crescer com o atendimento do mercado interno.


Contudo, para atender esse protocolo é necessário um processo produtivo eficiente capaz de entregar animais jovens e pesados, ou seja, é necessário o investimento em atendimento técnico, genética, nutrição, sanidade, manejo e consequente gestão para organizar tudo isso.


Por exemplo nos machos, o ganho de peso diário não pode ser menor que 420 gramas para entregar o peso mínimo necessário no limite de idade que é 36 meses, ou seja, para reduzir o risco, esse GMD deve ser maior, então será necessário comprar um bom bezerro, trabalhar bem o manejo de pasto e suplementação, o que possivelmente exigirá treinamento de mão de obra e maior desembolso, então mire nos indicadores corretos e trabalhe os protocolos de medida para ajuste do processo em curso, e garantir maiores margens atendendo o protocolo China.


Mais do que nunca a gestão dos recursos com foco nos indicadores que afetam diretamente o lucro será fundamental, e o pecuarista precisa tomar cuidado para não se perder meio aos mais de 50 indicadores existentes na pecuária, e focar nos que mais afetam o negócio, como por exemplo GMD e taxa de lotação e custo da arroba produzida.


Nesse momento a assistência técnica será fundamental para reduzir os erros, ajustar os processos e junto com o pecuarista trilhar o caminho do sucesso.


*Renata Erler é Ceo da GO On Agro Consultoria.

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