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  • Foto do escritorIvaris Júnior

Mudança estratégica para disseminar genética Nelore para carne de qualidade

Rebanho MRJK se posiciona mais próximo dos seus clientes, confiante nos crescentes números que provam sua evolução, principalmente para características da carne de qualidade.



Onde as bondades invisíveis do mar brasileiro chegam e começam a encontrar as elevações do continente é onde se levanta o palco da Fazenda Santa Luzia. No encontro natural, além de montanhas que se sucedem e elevam as paisagens ao Oeste, nas baixadas em direção ao Atlântico caem umidade e maresia, fazendo alagados e um verde nutritivo ímpar. Lá, o Nelore agora contrasta a fotografia.


Trata-se de um empreendimento da grife “Nelore MRJK”, de Rubens Alberto Kowalski e sua esposa Mary Aparecida Janjacomo Kowalski. Eles estão de casa nova! Saíram da região da Serra do Cadeado, em Ortigueira, Centro Norte do Estado do Paraná, para fixar novas raízes em Porto Belo (SC). São dezenas de hectares com cercas refeitas, pastos reformados e um gado que respondeu rapidamente ao bem-estar do ambiente.


O casal Kowalski precisa estar mais próximo do trabalho e, depois de ter analisado o potencial da região, estimular a pecuária seletiva com uma raça que responda melhor às consequências das mudanças climáticas que vêm por aí. “Queremos fazer o bem, bonito, o lucrativo e trazer progresso”, explica o selecionador.


Uma estrela do mar imenso


O Nelore MRJK já é uma grife que desponta em um grupo seleto de neloristas que acreditou na qualidade da carne da raça – que tem muito material genético para multiplicar e selecionar com essa finalidade – e se associou à Associação da Confraria da Carcaça Nelore (ACCN), hoje com reconhecimento institucional na pecuária seletiva brasileira.


A base de seu gado está construída solidamente com genética Golias, Lemgruber e “Baiana”. O programa de melhoramento genético Geneplus Embrapa faz as mensurações das conhecidas Diferenças Esperadas de Progênie (DEPs), juntamente com as aferições do levado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o Programa de Melhoramento Genético dos Zebuínos (PMGZ).


O “pulo do gato” do rebanho foi manter as avaliações de carcaça, segundo metodologia da DGT Brasil.

Rubens Alberto Kowalski, titular do Nelore MRJK

“Sou formado em administração de empresas, portanto, acostumado a medir e acompanhar desempenhos. As coisas são rápidas. O progresso que assisto no nosso rebanho me motiva a empreender cada passo. Em uma única geração, os avanços são perceptíveis aos olhos”, relata Kowalski.

Ciência e técnica na condução


Quem reforça os sentidos do pecuarista é Fernando Manzutti, consultor do Geneplus. Ele destaca a escolha criteriosa de touros, pontualmente escolhidos para melhorar o rebanho, sem temer a chegada de reprodutores novos para acelerar o processo de evolução. “Aqui, temos um banco de sangue de animais funcionais, frame mediano, muita musculatura, apoiados nos programas e na ultrassonagrafia”, diz.


Bons números nas DEPs e no ultrassom é o que querem os responsáveis pelo melhoramento genético liderado por Kowalski. Como o foco é carne de qualidade, é dada muita importância para espessura de gordura subcutânea (EGS), área de olho de lombo (AOL) e marmoreio (deposição de gordura entre as fibras musculares – MAR).


A novidade é por conta da introdução dos genes para animais sem chifres, portanto, mochos. De olho no mercado, o selecionador quer atender a preferência do mercado local. “Por forte influência dos animais mochos europeus e suas vantagens, precisamos colocar o Nelore também para competir nesse mercado”, explica Manzutti.


Mas o que se vê no ultrassom precisa sobreviver aos índices de boa habilidade materna, precocidade produtiva e reprodutiva, além de capacidade de ganho de peso e padrão morfológico. “Queremos animais que sobrevivam a esses crivos e, também, a uma avaliação funcional, realizada no curral, quando separamos defeitos e outras características fenotípicas que não queremos. Ao todo são duas peneiras fenotípicas na vida de cada animal. Queremos agregar valor aos bovinos que ficam no rebanho e àqueles que vão ser vendidos”, afirma Manzutti.

Última avaliação de Ultrassonografia


No fechamento dessa edição, o rebanho MRJK concluiu mais uma avaliação de carcaça de animais ao sobreano. Os números comprovaram os bons rumos do rebanho. Quem executou as leituras foi Fabio Santos, da PrimeBov. Cerca de 130 bovinos – 69 machos e 61 fêmeas – tiveram suas carcaças mensuradas.


Os machos variaram de idade, safras 2020 e 2021, com peso mínimo 269kg e máximo de 700kg. Eles apresentaram uma média de 65,63cm2 de AOL, 2,41% de marmoreio e 2,94% de EGS. Já as fêmeas, peso mínimo de 243kg e máximo de 544kg, AOL média de 56,98cm2, Marmoreio de 2,76% e EGS de 3,86%.


O levantamento mostra uma evolução significativa no marmoreio, com a média geral caminhando para 3%. Também é importante o salto na AOL, mais recentemente priorizada, em torno de 60% contando machos e fêmeas. “Fixação dessas características no rebanho, melhorando ano a ano é nossa meta”, afirma o Kowalski.


Negócios em vista


Os animais que serão comercializados em 2023 são reprodutores que passaram por esses mesmos critérios, ainda aspados, com mesclas de linhagens, sendo que as vacas são basicamente Golias e Lemgruber. Contudo, “há animais já com sangue baiano, IZ, Santa Nice, Araponga e Beka (produtos de importações recentes da Índia), todas famílias muito positivas para a seleção de carne de qualidade”, garante Kowalski.


O Nelore MRJK participa de provas que mensuram a eficiência dos animais, em vários itens. No ano passado, seus produtos passaram pela 1ª prova da Confraria. Um dos seus animais desempenhou para figurar em 2º lugar, em uma das baias. O animal será utilizado no repasse do rebanho da grife. “Vale a pena acompanhar a oportunidade”, conclui o nelorista.


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