top of page
Buscar
  • Foto do escritorPor revistanelore

Qual é o momento ideal para colher a silagem de planta inteira?



Por Álvaro José Silva Oliveira e José Carlos Sales Júnior*

Quando a planta atinge entre 32% e 38% de matéria seca (MS) ela acumula a maior quantidade de matéria seca aliada à melhor qualidade nutricional, conforme Nussio (1991).


É comum encontrarmos erros ocasionados pelo momento de colheita, por antecipação ou por atraso, devido a falhas na identificação do ponto de corte. Por antecipação ocorre quando as plantas se encontram abaixo de 32% MS, neste caso os teores de fibra (FDN) estarão altos e os teores de energia (NDT) estarão baixos devido à baixa participação do amido, implicando em menores produtividades e menor conversão em leite e carne.


Dietas com valores energéticos baixos acabam demandando maiores quantidades do concentrado para atender às exigências nutricionais do rebanho, o que implicará em aumento nos custos de produção. Outro ponto de atenção para as silagens colhidas com baixo %MS são as perdas através de efluentes após a compactação e vedação do silo.


Em lavouras onde há o atraso da colheita (acima de 40% MS) ocorre a dificuldade na compactação (efeito colchão) e desuniformidade no corte e no tamanho de partículas, gerando perdas qualitativas de fermentação e maior presença de fungos e micotoxinas.


Em trabalhos realizados pelo time de Agroservice da KWS nos municípios de Viçosa e Três Corações - MG na safra 21/22, foram analisados seis híbridos em cinco janelas de corte.


Ficou evidenciado que, a janela de corte ideal ocorre entre 33-35% de MS, a melhor conversão de kg leite/t MS estimada pela planilha Milk 2006, ocorre em colheitas com matéria seca mais elevada. Quando analisamos kg leite/t MS x t MS/ha-¹ produzida, concluímos que a maior produtividade (kg leite/ha-¹) foi atingida quando a colheita foi realizada com a planta de milho a 34% de MS, demonstrando a influência da matéria seca sob os parâmetros bromatológicos.


Para demonstrar a influência e a importância do diagnóstico do ponto ideal de colheita através do %MS, foi desenvolvido um trabalho pelo time Comercial da KWS no município de Viçosa-MG, utilizando dois híbridos em cinco épocas de colheita distintas com intervalo de oito dias entre elas. Iniciou-se a colheita da 1ª época com 27% MS, variando até 42% MS na época 5. Os resultados demonstraram que 35% de MS é quando ocorre a melhor conversão em leite, com 1.539 kg leite/t MS, além de melhorar os índices bromatológicos.


De forma prática, o produtor possui duas maneiras para acompanhar a evolução da maturidade de sua lavoura. Podendo ser pela avaliação visual através da “linha do leite” (veja figura), que consiste em acompanhar o avanço da porção mais vítrea do grão (amarelo) sobre a farinácea (branca), que deve estar entre 1/2 e 2/3 no grão.



Este tipo de diagnóstico visual deve ser utilizado somente como um indicativo ao produtor, sendo que a análise do %MS através do uso do micro-ondas tem melhor assertividade na tomada de decisão do momento da colheita. (Confira no site kws-sementes.com.br como realizar a avaliação pelo micro-ondas.)


QUAL ALTURA DE CORTE DEVO UTILIZAR PARA MINHA SILAGEM?


Segundo Lauer (1998), ao empregarmos alturas de corte mais elevadas, o produtor poderá obter um alimento de melhor qualidade, devido à maior participação de grãos na matéria seca e menor teor de fibra, produzindo uma silagem com maior teor energético.


O emprego da técnica de altura de corte mais elevada é justificável na utilização em dietas para animais em sistemas de alta performance produtiva, pois o custo por tonelada de MS é mais alto quando comparado ao corte mais baixo. Também deve-se levar em consideração a segurança alimentar relacionada ao volume de alimento disponível para o período. Quanto mais alto o corte da silagem, menor volume de alimento é armazenado para o rebanho.


Diversos trabalhos mostram que a melhor altura de corte, quando correlacionamos quantidade versus qualidade da silagem, é de 30 a 40 cm, pois há um bom aproveitamento da planta e ao mesmo tempo evita a entrada de solo, detritos e esterco que podem contribuir para a presença de microrganismos indesejáveis, atrapalhando a fermentação, além de deixarmos de colher parte da planta menos digestível.


Muito tem se falado sobre as vantagens de cortes mais elevados, pois além de colher uma silagem de alta qualidade, disponibiliza resíduos no solo, favorecendo a matéria orgânica e nutrientes como potássio. Os resultados de trabalhos realizados pelo Agroservice e time Comercial no ano de 2018 no município de Carmo do Rio Claro – MG demostraram que o melhor custo-benefício, em termos de qualidade e produtividade, foi a altura de corte a 40 cm.


Na safra 2020/2021, em outro trabalho realizado pelo Dep. de Agroservice no município de Três Corações-MG com o objetivo de avaliar a qualidade e a produtividade da silagem em quatro híbridos e quatro alturas de corte (20, 40, 60 e 80 cm) em relação ao nível do solo, podemos concluir que a altura de corte a 40 cm foi a mais rentável.


A possibilidade de manipulação no processo de colheita, com a elevação da altura de corte, resulta no aumento do valor nutritivo da silagem devido aos decréscimos nos teores de fibra detergente neutro (FDN) e fibra detergente ácido (FDA), pois o percentual de fibra em relação ao amido no alimento é reduzido, bem como a qualidade dessa fibra, pois a porção inferior das plantas possui maiores teores de lignina, celulose e hemicelulose.


O bom manejo agronômico de uma lavoura de milho visa buscar o melhor potencial do híbrido para a produção de grãos ou de silagem, pois todo híbrido para silagem precisa ter uma boa produtividade de grãos aliada a fibras de qualidade.


Para obter sucesso na produção de silagem, o diagnóstico correto do ponto de colheita e da altura de corte assegura maior qualidade e lucratividade dentro do silo.

Leia o artigo completo no site kws-sementes.com.br.


*Álvaro José Silva Oliveira e José Carlos são Coordenadores Regionais de Agroservice da KWS Sementes.

1270x190-1.gif
bottom of page